"A dor da alma não se compartilha.
E não passa.
É atemporal.
Não diminui com a idade.
Vem como a mão do demônio passando pelo peito
e espremendo tudo lá dentro.
Ela te vence.
E sempre, sempre se supera.
Você acha que se conhece.
Acha que nunca mais.
Mas ela te conhece mais ainda.
Você fica velho.
Ela fica sofisticada.
Essa maldita dor da alma
nunca vai me dar paz.
Essa maldita dor da alma
sempre quer me vencer.
É como uma máquina de tatuagem
persistente e sanguinária
que a gente tenta ignorar
mas sabe que está alí.
Te rasgando.
Descaralhando sua vida.
Insistindo em te mostrar
que você não é forte.
Mas da mesma maneira que a dor da tatuagem
te deixa uma marca bonita
a dor da alma te faz saber
que você tem alma.
E isso já me faz erguer
discretamente
um pequeno sorriso no canto do lábio.
Porque enquanto essa dor desgraçada
me acompanhar
pelo menos sei
que estou vivo."
setembro 14, 2010 por nene altro
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